Quando a vida muda
Os últimos meses de dois mil e vinte e um foram um carrocel de emoções. Em três meses fechei a loja onde trabalhava, vendemos a nossa casa e mudámo-nos para uma casa temporária enquanto reabilitamos uma casa centenária numa pequena aldeia no sopé da Serra da Lousã. Tudo isto em família. Nós e as nossas filhas.
Esta é uma experiência muito rica em termos de desapego dos bens materiais. Deixar a nossa terra, a nossa casa de há vinte anos mostrou-se uma oportunidade para aprender a viver de forma mais simples e sustentável, para fazer escolhas: o que vai, o que fica.
O que verdadeiramente importa.
Muita gente me disse que é preciso coragem para abandonar aquilo que se conhece e que "é certo" para ir em busca do incerto e do desconhecido.
Bem sei que precisava de abrandar o ritmo. De mudar.
A minha vida jamais será a mesma.
A escrita foi ficando de lado, como um bordado por terminar guardado num cesto de vime. Agora, um mês e meio depois, já com as rotinas mais ou menos definidas estou de volta.
Comprometo-me a escrever aqui dois dias por semana.
E comprometo-me a terminar o meu segundo romance.
Agora em vez de um livro na gaveta, terei dois... lá para outubro a ver se começo a ver editoras, mas uma coisa de cada vez!